Distrito Federal

Caso Lázaro: um ano após chacina em Ceilândia, família das vítimas diz que ‘ainda busca respostas’

Em 9 de junho de 2021, homem invadiu chácara e matou quatro pessoas no Distrito Federal. Depois do crime, Lázaro fugiu durante 20 dias até ser morto pela polícia de Goiás.

Há um ano, Lázaro Barbosa, de 32 anos, invadiu a casa da família Vidal, em Ceilândia, no Distrito Federal, e matou uma família inteira: pai, mãe e dois filhos do casal. Parentes contaram que, após 12 meses da tragédia, ainda tentam entender o que aconteceu e buscam respostas da Justiça.

“Não sinto que houve Justiça e espero por isso até hoje”, diz irmão de mulher assassinada por Lázaro.

Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, Gustavo Marques Vidal, de 21, Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15, foram encontrados mortos dentro de casa. Segundo a investigação, após matar o trio, Lázaro sequestrou a mãe dos jovens, Cleonice Marques, de 43 anos, que foi encontrada sem vida, três dias depois, em um córrego.

Em seguida, Lázaro deu início à uma fuga que durou 20 dias. Ele acabou morto pela polícia de Goiás.

Ivan Rodrigues de Amorim, irmão de Cleonice, conta que, após os assassinatos, “a vida passou a ser difícil”. De acordo com ele, como Lázaro foi assassinado, a família sente como se nunca tivesse conseguido uma resposta sobre o que aconteceu.

“Não falaram nada para a gente e continuamos aguardando. É tudo muito complicado”, diz Ivan.

Nesta terça-feira (7), a família participou de uma audiência na Promotoria de Justiça de Ceilândia, em que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) convocou a Polícia Civil para prestar alguns esclarecimentos. O advogado da família assassinada, Fábio Alves, conta que eles querem detalhes sobre a investigação.

“O inquérito segue aberto, porém, todo processo está sob sigilo total. Então, não temos muitas informações sobre o caso”, diz o advogado Fábio Alves.Ameaças

Sobrinha de Cláudio Vidal de Oliveira, Priscila Vidal, conta que, além de suportar a dor da perda dos familiares, ainda precisa lidar com ameaças de morte. Ela diz que um primo, que veio de Formosa (GO) para tomar conta da propriedade do tio assassinado, recebeu uma mensagem e precisou procurar a polícia há cerca de 2 meses.

“A pessoa se identificou como o próximo Lázaro e falou que ia matá-lo”, conta Priscila.Priscila registrou ocorrência na Polícia Civil do DF e diz que aguarda a investigação. Sobre a morte dos tios e dos primos, ela afirma que a família passou a viver com medo.

“O que a gente quer é saber o que motivou tudo isso e se tem mais gente envolvida. Não temos paz ou algum momento de sossego”, diz.

Lázaro Barbosa foi apontado como principal suspeito de matar as quatro pessoas da família Vidal, no dia 9 de junho de 2021, no Incra 9, em Ceilândia. Segundo investigação da Polícia Civil do DF, ele invadiu a chácara e assassinou Cláudio, Gustavo e Carlos.

A esposa de Cláudio e mãe dos jovens, Cleonice foi sequestrada pelo suspeito e encontrada morta três dias após o crime. Em 29 de junho, a Polícia Civil do DF divulgou que a mulher havia sido assassinada com tiro no crânio, e que havia indícios de violência sexual.

Após os crimes, Lázaro invadiu várias chácaras, fez uma série de reféns e deixou, pelo menos, quatro pessoas feridas. Ele passou 20 dias foragido.

Mais de 200 agentes de forças de segurança do DF, de Goiás e federais participaram da operação para encontrá-lo. Após ser capturado, Lázaro foi atingido por vários tiros.

Ele chegou a ser levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Bom Jesus, em Águas Lindas de Goiás. A morte foi confirmada pela Polícia Técnico-Científica de Goiás, e o corpo levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia.

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