A Polícia Civil do DF cumpriu 17 mandados de busca e apreensão na capital federal, em São Paulo e em Minas Gerais. O grupo criava empresas no ramo da papelaria para sonegação fiscal.
Um grupo de devedores investigado por sonegação fiscal foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã desta quarta-feira (22/11). Segundo a investigação, estima-se que os suspeitos tenham gerado um prejuízo superior a R$ 61 milhões aos cofres da capital. Ao todo, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão no DF, em São Paulo e em Minas Gerais.
Chamada de Operação Charta, a ação teve como objetivo desarticular o esquema montado por empresas sonegadoras no ramo de papelaria. Os mandados cumpridos buscam consolidar os elementos probatórios já existentes, identificar comparsas, apreender documentos, aparelhos eletrônicos, além de colaborar para o ressarcimento dos cofres públicos.
As diligências foram cumpridas na sede das empresas do grupo, nas residências dos investigados e nos escritórios de contabilidade responsáveis pela escrituração fiscal e contábil das empresas na região do Plano Piloto e do Lago Norte, além das cidades de São Paulo (SP) e Buritis(MG).
A ação foi deflagrada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/Decor), em conjunto com a Secretaria de Estado da Fazenda do DF (Sefaz-DF). Na operação, participaram 70 policiais da PCDF, além de equipes das polícias civis de São Paulo e Minas Gerais e 20 auditores fiscais da secretaria.
Os suspeitos são investigados pelo crime contra a ordem tributária (sonegação fiscal), associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de capitais. Se condenados, podem pegar até 30 anos de prisão. A operação foi chamada de “Charta”, por significar papel em latim, fazendo uma alusão ao fato de o grupo atuar no ramo de papelaria.
Investigação
De acordo com a investigação, foi constatada a existência de uma associação criminosa para a prática de sonegação fiscal. O grupo utilizava documentos falsos para constituição de empresas em nome de “laranjas” e para a blindagem patrimonial. No combate ao crime de sonegação fiscal, os investigadores apuraram o envolvimento de grandes devedores do DF, além de contadores das empresas envolvidas.
Os investigados criavam empresas de forma contínua, abandonando as anteriores com dívidas fiscais, para garantir a continuidade do comércio mesmo sonegando os impostos. A PCDF estima que o grupo tenha causado um prejuízo aos cofres distritais em quantia superior a R$ 61 milhões.