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Clínica de reabilitação clandestina no Entorno é fechada após acusação de tortura

Em depoimento, vítima diz que chegou a tomar choque na língua e a ficar algemado na instituição, que não tinha permissão de funcionar.

Uma clínica de reabilitação clandestina foi fechada em Valparaíso (GO), nesta terça-feira (9/2), acusada de maus-tratos e tortura contra as pessoas internadas no local. Em depoimento à Polícia Civil de Goiás (PCGO), as vítimas relataram que eram constantemente xingadas, amarradas e até mesmo algemadas.

No local, foram encontrados objetos como cassetetes, facões, facas e cordas. Tudo debaixo da cama (foto em destaque) do coordenador da clínica. Remédios sem prescrição e com embalagens violadas também foram achados e apreendidos.

Na delegacia, os pacientes foram ouvidos logo após a interdição do local. Um deles relatou que era alvo de socos e xingamentos, sendo chamado apenas de “satanás” pelos funcionários da unidade. O pior caso, no entanto, teria ocorrido no final do ano.

A vítima diz que “há um mês e meio foi jogado na piscina à noite e algemado, juntamente com outra pessoa” e ainda “tomaram choques na língua e no corpo (…), por aproximadamente duas horas de violência”.

Outro homem ouvido pela PCGO disse que também sofria diversas violações, conforme descrito no boletim de ocorrência. “As agressões consistiam em amarrar a vítima no quartinho, já algemada, e que depois de amarrado recebia choques, socos e golpes de cassetetes”, consta no documento.

A interdição ocorreu após o Ministério Público de Goiás (MPGO) receber várias denúncias contra o Centro Terapêutico Lions.

Segundo o órgão, a Vigilância Sanitária Estadual (Suvisa) já esteve no local em novembro do ano passado e pediu a regularização do estabelecimento, o que não ocorreu.

Desta vez, o lugar foi fechado após notícia de que nenhuma exigência feita na primeira visita foi cumprida.