A taxa coloca o Brasil como o local com o maior aumento percentual entre os atuais cinco países mais atingidos pela covid-19 no mundo nesta semana.
O informe semanal da OMS sobre a situação da covid-19 revela uma estabilização de novos casos da doença no mundo, mas um salto importante no Brasil de 35% em comparação à semana anterior. A taxa coloca o Brasil como o local com o maior aumento percentual entre os atuais cinco países mais atingidos pelo coronavírus no mundo nesta semana.
Nos EUA, o número total de novos casos chegou a 1,2 milhão, um aumento de 9% em comparação à semana anterior. O Brasil ficou em segundo lugar em novos casos, com 295 mil. Mas registrou a maior taxa de expansão em apenas uma semana entre os locais que servem de epicentro para a pandemia.
Na Índia, foram 251 mil novos casos, uma queda de 15%. Os russos vêm na quarta posição, com um aumento de 6% e um total de 191 mil casos. A Itália somou 145 mil novos casos, uma queda de 12%. Juntos, esses cinco países representaram mais da metade de todos os novos casos no mundo nos últimos sete dias.
Em termos acumulados, o Brasil vem na terceira posição, com 6,6 milhões de casos, número que só é superado por 9 milhões na Índia e 14 milhões nos EUA.
Os dados revelam que a expansão brasileira é também mais intensa que a média das Américas. Na região, número semanal de novos casos atingiu 1,8 milhão nesta semana com 26 624 novos óbitos. Isso representa um salto de 12% e 18% em relação à semana anterior, respectivamente.
Os Estados Unidos da América foram responsáveis por 68% de todos os novos casos registrados na última semana na região. O Brasil vem na segunda posição, com 295,6 mil novos casos. Isso representa 1391 novos casos por 1 milhão de pessoas. A lista regional é seguida pelo México, com 66 mil novos casos. O país na fronteira com os EUA, porém, também registrou uma estabilização de mortes em comparação à semana anterior e um aumento de apenas 2% em novos casos.
O que chama a atenção na OMS, porém, é o aumento de 35% nos casos na semana passada no Brasil. Segundo a entidade, esse foi o número “mais alto relatado desde meados de agosto”.
“Tendências ascendentes estão sendo observadas em todas as cinco regiões, e até hoje, a Região Sudeste, que inclui o estado de São Paulo, tem relatou o maior número de casos e mortes acumuladas, seguido pela Região Nordeste. O Paraná, no sul do Brasil, que faz fronteira com o Paraguai e a Argentina, introduziu um toque de recolher noturno”, destacou.
No Brasil, a OMS indica ainda que o número de novas mortes foi de 3990 na semana, um aumento de 19% em comparação com a semana anterior.
Há uma semana, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, já havia soado o alerta em relação ao Brasil, apelando para que as autoridades levassem a sério a tendência de nova alta. Para ele, o que ocorria no país era “muito preocupante”.
Agora, os números publicados confirmam essa preocupação e os dados brasileiros se contrastam com a média mundial. De acordo com a OMS, a semana passada repetiu o número de novos contaminados do período anterior na média global, o que representa uma estabilidade na expansão da doença.
“A incidência global de novos casos permaneceu muito semelhante à da semana anterior com pouco menos de 4 milhões de novos casos registrados nos últimos sete dias, enquanto novas mortes, globalmente, aumentaram ligeiramente para mais de 73.000”, explicou a OMS.
“Os novos casos e mortes na região das Américas representam quase metade de todos os novos casos e mais de um terço de todas as novas mortes nesta semana. Enquanto os novos casos permanecem elevados na região europeia, as novas mortes diminuíram por uma segunda semana”, completou.
Na Europa, houve uma queda de 9% em número de casos e redução de 3% em mortes.
“Globalmente, na semana passada, os casos de covid-19 permaneceram em aproximadamente 4 milhões de novos casos, enquanto novas mortes continuaram a aumentar para mais de 73.000”, disse a OMS. “Isso eleva os números acumulados para mais de 65,8 milhões de casos notificados e 1,5 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia”, completa a agência.