Distrito Federal, Policia

Motorista de app morto no DF com tiro na cabeça fazia última corrida da noite

Segundo a esposa de Roosevelt Albuquerque da Silva, 31 anos, ele evitava trabalhar até tarde por causa do perigo.

A corrida que o motorista de aplicativo Roosevelt Albuquerque da Silva, 31 anos, pegou por volta de 22h30 deveria ter sido a última de terça-feira (1º/12). Segundo a esposa dele, Juliana Simplício Rodrigues, 35, o casal tinha um pacto para que ele não trabalhasse até muito tarde, por considerar as viagens tardias um risco desnecessário.

Pouco antes de aceitar o chamado que acabou sendo fatal, Roosevelt enviou uma mensagem à esposa avisando que conseguiria buscar os filhos na Vila Planalto, onde estavam, por volta das 23h. Mas, após isso, o homem desapareceu.

“Ele nunca atrasa. Com certeza viu que era uma corrida curta e aceitou. Quando deu 23h07, meu filho mais velho já mandou mensagem avisando que o pai não tinha aparecido”, relata Juliana.

Ela e o pai de Roosevelt passaram a noite de terça-feira procurando informações em hospitais e delegacias. O corpo de Roosevelt foi encontrado no Polo de Sobradinho naquela mesma noite. Na manhã seguinte, a família recebeu a missão de confirmar se o homem encontrado morto, com um tiro na cabeça, era o motorista.

“Encontraram o corpo dele sem documento, celular, carro… Nada. Acho que fizeram isso por causa do carro dele, que era pouco usado”, especula Juliana. Nesta quarta (2/12), a equipe da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) prendeu um adulto e apreendeu um adolescente, acusados de terem cometido o latrocínio. Todos os pertences de Roosevelt estavam com a dupla.

A vítima trabalhava como motorista de aplicativo havia apenas uma semana. De acordo com a esposa, não foi possível nem retirar o dinheiro do tempo trabalhado.

“O aniversário do nosso filho mais novo é agora, no dia 8. [Ele] Estava trabalhando para ter um dinheiro para pagar a comemoração”, lamenta a mulher. “Acho que ele era melhor pai do que eu sou mãe. O [filho] mais novo só dormia com ele. Não sei como vou fazer”, emociona-se a viúva.

Horas antes de saber que os autores do latrocínio foram presos pela Polícia Civil, ela disse esperar, ao menos, que os responsáveis pelo crime fossem encontrados para pagar pelo que fizeram. “Não dá para um pai de família sair para trabalhar e acontecer isso. Quero justiça”, afirmou.

Peritos do Instituto de Criminalística (IC) identificaram que o motorista foi executado com um tiro na cabeça. De acordo com as investigações conduzidas pela 13ª DP, Roosevelt teria pegado passageiros na área central de Brasília, minutos antes de desaparecer, e os levaria até Sobradinho.

“Com certeza, foi um crime brutal, pois não deram chance de defesa para o rapaz. Vamos investigar esse caso com todo o rigor que ele merece”, prometeu o delegado-chefe da 13ª Delegacia de Polícia, Hudson Maldonado.

Após a prisão dos autores, ele explicou que foi possível localizar a dupla de criminosos a partir do rastreamento da corrida pelo aplicativo. “Chegamos até a residência do autor maior de idade, onde foram encontradas a chave do veículo, carteira e celular, além da arma utilizada no crime”, detalhou Maldonado.

O autor mostrou onde estava o carro e também entregou o comparsa, um adolescente que foi apreendido. “Ele será levado à Delegacia da Criança e Adolescente (DCA). O maior foi autuado em flagrante e poderá pegar pelos crimes de latrocínio e corrupção de menores, [cujas penas vão] de 21 a 30 anos de reclusão”, destacou o delegado responsável pela elucidação do crime.

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